quinta-feira, 28 de maio de 2009

Know Your Enemy

Green Day - Know Your Enemy from Marcelo Bento on Vimeo.


O trio californiano está de volta, com um novo velho álbum. Novo porque 21st century breakdown mal foi lançado, mas velho já, porque segue exatamente a mesma linha do anterior American idiot. O cd é uma ópera rock, assim como o lançamento de 2004, narrando uma história ao longo das músicas, que têm um fio condutor entre si.

A idéia é genial e as composições são boas, mas dá para perceber pelo primeiro video gravado, que o estilo é tão o mesmo de Jesus of suburbia e seus companheiros de narrativa, que quase parece que não há nada novo. A banda tinha um pé nas origens punks, mas decepcionou alguns fãs depois de Billie Joe, Mike e Trè aparecerem bem maquiados e em terninhos charmosos. Ao mesmo tempo, conquistaram diversos outros fãs ao redor do mundo com American Idiot e sua sonoridade revoltada, letras inteligentes e refrão fácil. E para não arriscar na fórmula que já deu certo, "Know your enemy" não vai muito além da mensagem de descrédito ao American way of life e a herança que George W. Bush deixou ao seu país. De qualquer forma, além da música ser daquelas que ficam na cabeça, tem uma batida gostosa e que combina com a voz de Billie.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Música Eletrônica de Corpo

... ou simplesmente EBM. Eletronic Body Music. Desta vez falamos de um gênero inteiro, não de uma apresentação isolada. Afinal, o estilo tem muitos fãs dedicados, porém não há muita gente que o conhece de fora.

O termo foi utilizado pela primeira vez pela banda belga Front 242. Foi a melhor síntese que encontraram para descrever a sua música, oriunda do final dos estranhos musicalmente anos 80.

A música EBM é (obviamente) eletrônica, com batidas pesadas que lembram indústrias (propositadamente) e possui letras geralmente agressivas. Isso porque o movimento cultural que existe por trás dela tem como escolha política o capitalismo e o desenvolvimento industrial. A escolha religiosa também é clara, o ateísmo. Seus fãs mais fiéis acreditam em grandes impérios capitalistas como a fonte de uma vida segura e estável.

Calças camufladas, coturno, cabelo sempre preto e geralmente raspado. A atitude dos fãs condiz com a música, geralmente é agressiva. E na Europa há até mesmo clubes reservados para eles.

A vertente conta com um sem número de bandas que vieram surgindo ao longo das duas últimas décadas mundo afora, mas seus maiores representantes são alemães e norte-americanos. No Brasil há alguns grupos que obtiveram reconhecimento internacional.

Observe alguns passos de dança e reflita muito antes de ficar próximo a um dos dançarinos industriais quando for conhecer uma de suas casas noturnas. Os movimentos podem ser perigosos. Enquanto estiver surpreso, tente lembrar de ouvir a música. Exterminate Anihilate Destroy. Sugestivo?


terça-feira, 12 de maio de 2009

Faltou guitarra?



Vídeo do show de retorno da banda de heavy metal nacional Angra, com o Sepultura, no último sábado (dia 9).

Depois de um hiato de 2 anos nas atividades, esperávamos realmente uma banda diferente. Mas Spread Your Fire não ficou devendo em relação à original?

(Ou mesmo comparado aos shows antigos? Não havia maior precisão da banda quanto a velocidade?)

Podem perceber: não é só o som do vocal que tá baixo, pois as guitarras também não parecem ter o mesmo peso. Já a bateria eu achei impecável, mesmo com Confessori e não o Aquiles no comando, junto com os vocais de apoio.

Os arranjos de teclado estão diferentes. O tecladista, Daniel dos Santos, do Dream Theater Cover, utiliza um Macbook que mudou a afinação da música. Mas isso não constitui um defeito, se a banda seguisse o tom. Já o baixo de Felipe Andreoli se manteve fiel e com presença.

Quanto ao barulho do vídeo, bom, foi feito por fã, né? Mas é bom registrar um breve comentário sobre esse desempenho. O Angra não está ruim como um todo, mas acho que tropeçaram nessa música.

(Já a vibração dos fãs é outro papo. Demais.)

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Bons Covers: Smells Like Teen Tapping



O garoto sul-coreano Sungha Jung, "prodígio na técnica de dedo", transforma o clássico de Kurt Cobain na guitarra em um exercício acústico, uma baita música no violão. Vale a pena conferir o cover de Nirvana, logo acima.

Pra quem acha que só peso do instrumento elétrico resolve tudo, técnicas como Tapping (literalmente dar tapas no braço, produzindo notas), harmônicos e Hammers (criar o som só com a batida do dedo) são inovadoras, se usadas da maneira correta.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Heavy Metal sério? Pra quê?



Todo mundo falhou em matar o tal "The Metal".

Mas e dai? Tem coisa melhor do que um robô tosco no palco, uma banda pesada com Jack Black e Kyle Glass gordos e bem nerds?

Ministério da Cultura adverte: gostar de coisas muito sérias o tempo inteiro faz mal à saúde.

(Vídeo novinho. Ano passado. Em High Quality)

Calypso?



Não sei vocês, mas tirando a voz da Joelma e o fato da música ser dançante (eu pessoalmente não curto), achei a guitarra do Chimbinha, no mínimo, interessante. É uma palhetada alternada que combina com acordes cheios. É rico.

Os efeitos de teclado são bem artificiais e parecem destoar do resto da música. Porém, o swing dela é diversificado, em sincronia com a bateria. Sonzinho que não me incomoda.

Para quem esperava só comentários de músicas complicadas aqui no ReplaySONG, este post inaugura comentários de vídeos mais diversos. Não é porque a música da banda de Belém do Pará trate apenas de temas amorosos, ou bregas, que a gente vai deixar de lançar uma crítica mais sóbria. A parada aqui é honesta.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Quebrando Limites

Susan Boyle - Singer - Britains Got Talent 2009

Por Jonathan Ramirez no Vimeo.

Bom, eu queria comentar sobre Susan Boyle, mesmo praticamente um mês depois de 11 de abril, quando ela explodiu no Youtube e nas televisões britânicas.

Todos os vídeos de alta qualidade do Youtube estão bloqueados para visualização externa (só consegui pela Vimeo mesmo). Não seria esse outro sintoma "paranóico" do sucesso da escocesa de West Lothian? Mais recente?

Em poucos dias na rede, o vídeo atingiu mais público do que a posse do presidente Obama nos EUA, em janeiro. Isso significa: mais de 3 milhões de visitas em uma única semana. Também é importante dizer que internautas são, de fato, um público muito distinto da televisão. Exceto por emissoras inglesas, a notícia do estouro da mulher só veio no final de semana seguinte ao programa original (dia 18, aproximadamente), mesmo em redes grandes como a Globo.

Com uma voz impecável - que alguns acusam até de falsa - Susan cantou I Dreamed a Dream do musical Les Miserábles, de 1980, adaptação de Claude-Michel Schönberg. Susan não usa praticamente nenhum artifício como falsetes, cantando com um pulmão de dar inveja. A música, que é interpretada na peça pela personagem Fantini, retrata a amargura da mulher que possuí uma vida de sofrimento, mesmo quando ela viveu por um sonho.

De certa forma, isso retrata a realidade de Susan Boyle. E também o seu espetáculo: nenhuma hype ou fenômeno teria sido criada nela se ela não tivesse 47 anos, não tivesse uma vida dedicada a religião e não fosse praticamente virgem na vida amorosa. Para publicitários, ela é um aviso que não somente a perversão e a violência atraem público. Para o pessoal da internet, é mais uma demonstração clara que criamos, paralelamente ao mundo da TV e das outras mídias, ídolos e celebridades próprios, distantes do modelo tradicional.

(Claro que isso não se aplica 100% ao programa Britain Got Talent, que faturou MUITO nessa brincadeira, fugindo do comum e pegando carona na divulgação virtual)